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Gripe Aviária: Alerta para avicultura brasileira – MAPA Confirma Detecção de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade em matrizes comerciais.

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16/05/2025 – A avicultura brasileira, um dos pilares do agronegócio nacional e importante fornecedor de proteína animal para o mercado interno e externo, encontra-se em estado de alerta por detecção de gripe aviária.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) confirmou, em 15 de maio de 2025, a detecção do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro no Rio Grande do Sul.

A confirmação, divulgada através de notas oficiais e atualizações constantes no site do MAPA (LINK), acende um sinal de advertência para toda a cadeia produtiva avícola e demanda a intensificação de medidas de biosseguridade em todas as granjas do país.

A detecção do vírus H5N1 em aves silvestres representa a primeira ocorrência da IAAP em território brasileiro. Embora a confirmação inicial se refira a casos isolados em aves de vida livre, a proximidade dessas aves com áreas de produção comercial e a possibilidade de disseminação do vírus para outras espécies elevam o risco de um impacto significativo na avicultura industrial.

O MAPA, em resposta imediata, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por um período de 60 dias, conforme Portaria do MAPA nº 795, de 15 de maio de 2025 publicada no Diário Oficial da União. Essa medida visa facilitar a mobilização de recursos, a adoção de ações de prevenção e controle, e a articulação entre os órgãos federais, estaduais e municipais envolvidos na resposta à emergência.

A Influenza Aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres. O subtipo H5N1 é particularmente preocupante devido à sua alta patogenicidade, ou seja, sua capacidade de causar doença grave e alta mortalidade em aves infectadas.

A chegada desse vírus ao Brasil, mesmo que inicialmente em aves silvestres, exige uma atenção redobrada por parte de produtores, técnicos, órgãos de fiscalização e da sociedade em geral. A prevenção da introdução do vírus em plantéis comerciais é a estratégia mais eficaz para proteger a avicultura nacional e garantir a segurança da produção.

Impactos Potenciais da Gripe Aviária na Avicultura Brasileira

A confirmação da presença da IAAP no Brasil gera preocupações em diversos níveis. No âmbito econômico, um surto em aves de produção comercial poderia acarretar em:

  • Embargo Comercial: Países importadores podem suspender ou restringir a compra de carne de aves e outros produtos avícolas do Brasil, impactando as exportações, um setor de grande importância para a balança comercial brasileira.
  • Perdas na Produção: O sacrifício sanitário de aves infectadas e de plantéis próximos a focos da doença levaria a uma redução significativa na produção de carne e ovos.
  • Aumento de Custos: A implementação de medidas de biosseguridade mais rigorosas, o aumento da vigilância epidemiológica e os custos de controle de eventuais surtos elevam os custos de produção.
  • Impacto no Mercado Interno: A redução da oferta de produtos avícolas poderia levar ao aumento de preços para o consumidor.

No âmbito sanitário e ambiental, as preocupações incluem:

  • Disseminação para Aves Domésticas: O principal risco é a transmissão do vírus de aves silvestres para aves criadas em granjas comerciais ou em sistemas de produção caipira e de subsistência.
  • Impacto na Fauna Silvestre: A alta patogenicidade do vírus pode causar mortalidade significativa em populações de aves silvestres, afetando a biodiversidade e os ecossistemas.
  • Risco para a Saúde Pública: Embora a transmissão do vírus H5N1 para humanos seja rara, ela pode ocorrer através do contato direto com aves infectadas. A prevenção da disseminação em aves é crucial para minimizar esse risco.

Medidas de Prevenção e Controle: Ações Essenciais para a Avicultura

Diante da confirmação da presença da IAAP em aves silvestres, a intensificação das medidas de biosseguridade em todas as granjas avícolas do Brasil é fundamental. O MAPA tem reforçado as orientações aos produtores, que incluem:

  • Reforço da Biosseguridade: Implementar e revisar rigorosamente os protocolos de biosseguridade, incluindo controle de acesso de veículos e pessoas às granjas, desinfecção de instalações e equipamentos, manejo adequado de resíduos e controle de vetores (roedores, aves silvestres).
  • Vigilância Ativa: Monitorar de perto a saúde das aves, observando qualquer sinal de doença respiratória, nervosa ou queda na produção e mortalidade incomum. A notificação imediata de qualquer suspeita aos órgãos veterinários oficiais é crucial.
  • Manejo Sanitário: Adotar práticas de manejo que minimizem o contato entre aves domésticas e silvestres, como a instalação de telas de proteção nas instalações e a manutenção de áreas limpas ao redor das granjas.
  • Controle de Trânsito: Restringir o trânsito de pessoas e veículos entre diferentes granjas e evitar o contato com aves de outras propriedades.
  • Educação e Conscientização: Promover a capacitação de trabalhadores e produtores sobre os sinais da doença, as medidas de prevenção e os procedimentos a serem adotados em caso de suspeita.

O MAPA também está intensificando a vigilância epidemiológica em todo o país, realizando coletas de amostras em aves silvestres e de produção para monitorar a possível disseminação do vírus. A colaboração entre o setor produtivo, os órgãos de governo e a pesquisa científica é essencial para enfrentar essa emergência zoossanitária.

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Cenário Atual e Próximos Passos

A confirmação da gripe aviária em aves silvestres no Brasil não altera o status do país como livre da doença em aves de produção comercial, conforme a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). No entanto, a situação exige máxima cautela e a adoção de medidas preventivas rigorosas para proteger o patrimônio da avicultura nacional. O estado de emergência zoossanitária permite ao MAPA implementar ações de forma mais ágil e coordenada.

Os próximos passos incluem o monitoramento contínuo da situação, a intensificação da vigilância em áreas de maior risco, a comunicação transparente com o setor produtivo e a sociedade, e a preparação para uma resposta rápida e eficaz caso a doença seja detectada em aves de produção comercial. A colaboração de todos os elos da cadeia avícola é fundamental para superar este desafio e garantir a sanidade e a competitividade da avicultura brasileira.

Referências:

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